Valeu Negão!

Pingüim. Não sei quem o apelidou assim, nem o porquê. Carlos Alberto do Carmo, o “Pingüim”, dispensava interrogações.

Diferente da Matemática que ele dominava como ninguém e que ensinava com seu jeito próprio e irreverente, não precisava esquentar a cabeça para conhecê-lo bem, nem tampouco calcular suas reações ou resultados. Eram todos do bem.

A sua lógica matemática sempre foi somar os amigos, diminuir as incertezas, multiplicar alegrias e dividir um papo prazeroso.

Não é a toa que criaram uma comunidade para ele no Orkut: Pinguim É/Foi Meu Professor. hoje com 768 membros. Fico imaginando suas aulas. “Pôrra” e “fudeu negão” eram adjetivos comuns... comentam seus apaixonados alunos. E aula sobre fração, potência, uma festa! Aliás, ele fez de sua vida uma verdadeira festa.

Meu vizinho há vinte e cinco anos, sorriso largo, frases curtas com boas doses de humor, quem o via pela primeira vez, em poucos minutos o adotava como amigo e nunca mais deixaria de sê-lo.

Pai e marido maravilhoso. Lembro-me de uma época que ficamos uns dias na mesma casa de praia em Itaparica e ele era o primeiro a se levantar para preparar o café da manhã para os jovens “a mulecada trabalhou muito esta noite com a camizinha”, dizia às gargalhadas.

Para Pingüim deixo a frase de Gabriel Chalita., ex-secretário da Educação de São Paulo: “Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes”, porque sei que isto ele fez como ninguém. Não só como professor, mas como um ser humano ímpar. Um negão da "pôrra" de bom.

Um abraço velho Pingo!