sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ponto de Vista


Acredite se quiser
Carlos Lima

Quem trabalha, profissionalmente ou não, na comunicação em Feira de Santana está acostumado a viver incendiando e ao mesmo tempo apagando incêndios, seja entre as quatro paredes da profissão, ou no exercício dela. Na maioria das vezes essas ações têm caráter imediatista, pessoal e político.

Feira de Santana atualmente convive com uma situação que gera conflitos, não diria inusitada, normal entre os municípios que avançam na formação acadêmica, e encontram profissionais provisionados. O universo de diplomados cresce e luta por espaços. Nessa procura o choque é inevitável.

As faculdades privadas, na área de comunicação, em Feira de Santana, apresentam ao mercado de trabalho, todos os anos, dezenas de profissionais. Os provisionados com formação acadêmica ou não, passam a conviver com uma nova realidade. Os sindicatos perdem o interesse de renovar provisionamento e passam a exigir comprovante de formação (diploma), na categoria.

É preciso reconhecer os valores, os direitos adquiridos e aprender a conviver com a formação acadêmica. Nem todos que alisaram os bancos da academia serão bons profissionais. O processo de exclusão se dará pelo próprio mercado de trabalho. Quem não tem competência não se estabelece. O canudo prova que você cursou. O que você escreve comprova se você aprendeu, tem vocação, é competente e que o canudo tem valor. Caso contrário... Não é preciso comentar sobre essa situação.

O mais importante é a conscientização das empresas, entidades, clubes, sindicatos e organizações sociais, de que é indispensável à criação de departamentos de comunicação social ou assessoria de comunicação social. O mercado ainda é restrito em Feira de Santana, a demanda profissional e intelectual tende a crescer e ofertar melhores salários. Nosso Parque Industrial será, na área de comunicação, um mercado com amplas possibilidades de crescimento, conseqüentemente vai absorver um maior número de profissionais de comunicação.

É preciso reconhecer e privilegiar a qualidade dos nossos jornalistas e radialistas. Não precisamos de elogios gratuitos, precisamos de respeito aos nossos profissionais e que eles conquistem esse respeito no exercício da profissão. Ninguém é bom sozinho ou tentando agradar a todos. O reconhecimento só acontece com verdade e incorporação ética.

Não é carimbando colegas de trabalho como chapa branca. Deixem esse termo para políticos que desejam manipular jornalistas e radialistas. Se o profissional defender os interesses deles, deixam de ser chapa branca, podem ser chapas vermelhas. Se o seu colega de profissão não partilha de suas idéias ou exerce sua profissão em linha contrária a sua, não um incompetente, um chapa branca, um mau caráter.

Acredito que esses motivos não são critérios corretos de avaliação. Onde está, onde reside, a tal falada, comentada e requisitada independência e imparcialidade profissional. Quando você julga o comportamento profissional do seu contrário, você fere a imparcialidade do seu próprio comportamento. Ele também é livre para dizer e fazer o que sua vontade, sua ideologia, seu pensamento ou seu desejo possa definir.

Em outras palavras, o livre arbítrio aponta para o presente, tentando acertar no futuro. Discorde, defenda sua posição, respeite o trabalho profissional dos outros, sem rotulá-lo, não tente destruir as pessoas. Seja fiel aos seus princípios e leal aos seus contratantes, você é o contratado. Caso contrário monte o seu jornal, sua rádio, seja assessor de comunicação de sua própria empresa ou de si mesmo. Mesmo assim jamais você será imparcial ou independente. Pense. Acredite se quiser.

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