Com nariz de palhaço, colher de pau e com faixas na mão, jornalistas, estudantes e professores de jornalismo e representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) promoveram na manha desta segunda-feira (6) uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça, no Centro Administrativo (CAB).
A manifestação visa a defesa do diploma de Jornalismo para o exercício da atividade profissional, e contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Gilmar Mendes, que tira das empresas de comunicação a exigência do diploma. Enquanto as manifestações aconteciam do lado de fora do prédio do TJ-BA, do lado de dentro, o ministro Gilmar Mendes participava de um evento no auditório, com a presença de autoridades, juízes, desembargadores, procuradores e advogados sobre a iniciativa do Mutirão Carcerário.
Conforme a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Kardé Mourão, a decisão do STF em acabar com a obrigatoriedade do diploma de jornalismo, elimina o direito da sociedade à informação de qualidade. “Esta medida é uma medida irracional, desrespeitosa, que humilhou toda uma categoria de profissionais, e compromete, sobretudo, os diversos estudantes de jornalismo que estão espalhados nas escolas de jornalismo em todo o Brasil. Hoje, nós temos 80 mil jornalistas, 2,5 mil professores e milhares de estudantes que apostaram em uma profissão que tem um papel relevante na sociedade que é o de pegar os fatos do dia a dia e transformar numa linguagem adequada para que todos realmente tenham informação de qualidade e de interesse público”, disparou a presidente do Sinjorba.
Kardé acha ainda que esta decisão do STF tira da sociedade o direito de ter profissionais cada vez mais qualificados. “Hoje, a partir da medida do “Seu” Gilmar Mendes qualquer pessoa pode ser jornalista e nós achamos isso um absurdo”, criticou Kardé. Ela destaca também que, o ministro, em seu parecer, disse que “tanto faz ser jornalista como ser cozinheiro que não precisa de diploma”. “Isso é um desrespeito a profissão de cozinheiro. A diferença entre o veneno e o perfume e o remédio é a quantidade. As pessoas precisam entender que nós não estamos lutando em causa própria simplesmente. Nós estamos lutando para que qualquer pessoa tenha direito de escolher uma profissão e vá para a universidade para fazer com que ela se torne uma profissão cada vez melhor. Quem ganha com isso são os donos de jornais, de televisão, de rádio, pois são eles sim é quem vão legislar, eles sim é que vão escolher quem quer trabalhar com eles, sem nenhum critério, inclusive, educacional”, completou.
Fonte:Pura Política
terça-feira, 7 de julho de 2009
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