segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ilha de Itaparica - Empreendedorismo

Fotos: Zezé Esteves


A Ilha de Itaparica é sem dúvida um dos melhores locais do Brasil para se entender, na prática, determinados conceitos que os professores ao longo dos anos trazem em suas ementas. O empreendedorismo é um deles.

São muitas as histórias e os exemplos de empreendedores espalhadas ao longo das suas praias. Talvez a maior atividade econômica da Ilha foi à pesca da baleia, sobretudo durante os séculos XVII e XVIII, por este fato, antes de se chamar Itaparica era conhecida como Arraial da Ponta das Baleias.

Hoje carrinhos de picolé, queijinho assado na hora, venda de pescados, de redes de dormir, aluguel de bóias, cadeiras de praia e outras atividades empreendedoras lotam as praias da ilha num vai e vem impressionante. Mas o que mais me chamou a atenção foi a criatividade do casal Valdomiro e Joana de Jesus que há cinco anos idealizou e colocou em prática o " churrasquinho de gato" ambulante. "Como jardineiro o dinheiro era pouco e mal dava para sustentar minha família. Desenhei um carrinho onde pudesse assar as carnes e sair pela ilha vendendo meu churrasco quentinho. No outro dia mandei fazer e deu mais que certo", confessa Valdomiro entusiasmado.

Segundo sua esposa Joana, companheira diária no vai-vem pela areia quente sob escaldante sol, em dias de grande festa já chegou a vender mil espetinhos num consumo de mais de cem quilos de carne, fora frangos e calabresas.

É a criatividade do povo baiano lotado em Itaparica que em 1510 acolheu o navegador português Diogo Álvaro Correia, o “Caramuru” que, enamorado da princesa tupinambá “Paraguaçu”, filha do cacique Taparica, desposou-a, fundamentando, a partir desta união, a junção das raças européia e indígena, originando a primeira família genuinamente brasileira e, quem sabe, os primeiros empreendedores no local.

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