domingo, 14 de março de 2010

Janio Lopo: o jornalista da palavra afiada


Por Joseana Almeida*

Era só abrir o Jornal Tribuna da Bahia, que deparávamos com o colunista Jânio Lopo, compartilhando com os leitores sua palavra afiada, substanciada pelas liberdades de expressão e de imprensa, clamando com independência e coragem pela elucidação dos fatos, traduzindo na sua palavra, a voz do leitor, do cidadão injustiçado, isso implicava num propósito: combater, denunciar e divulgar os fatos que eram do interesse público. Por isso, buscava no exercício diário, fazer um jornalismo com base na investigação, na interpretação e argumentação sólidas, pautado na ética e na verdade, daí não titubear nos seus princípios.

Admirada por uns, mas olhada de soslaio por outros, lá estava altaneira no topo da página, sua coluna com textos instigantes, exigindo soluções para crimes insolúveis, cutucando o desvendar dos fatos, reivindicando direitos, nos colocando a par dos acontecimentos numa demonstração de que seu dever maior era fazer da palavra sua arma contra as injustiças, o abuso de poder e das artimanhas dos que se aproveitam das situações para beneficiar-se em detrimento aos demais, ou contra aqueles que acham que a coisa pública deve ser tratada à revelia.

Na essência dos seus textos, estava a força da sua palavra afiada, transformada como ponto de partida para a conscientização da relevância dos fatos, tornando evidente que tanto na escola, como na vida, a palavra é a força que impulsiona a democracia e os direitos humanos, derruba poderosos e oportunistas, faz suscitar debates, estabelece relações, e o mais importante: cria discernimento crítico, dignifica o homem. Você foi corajoso! Jamais se intimidou a pressões de “poderosos interesses conflitantes”. Sua palavra afiada servirá de subsidio para o propósito de cada um de nós, que é senão: o de assegurar à sociedade o direito ao relato verdadeiro e à discussão esclarecedora dos conflitos da atualidade. Descanse em paz!

*Joseana Almeida é Jornalista

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