Por Joseana Almeida *
Pense numa mãe, saindo em retirada da sua terra natal, sertão de Pernambuco, com sete filhos pequenos, para um lugar desconhecido, levando apenas as malas e os documentos, deixando para tras a terra que amava, a pobreza, a seca, amigos, sofrimentos e angústias. A propósito, era uma família estruturada pela força da mãe, alicerçada em princípios, valores. Carregava a dor da partida, mas trazia consigo pureza de sentimentos, dignidade, esperança, humildade, força de vontade sinalizando novas perspectivas de vida. Mas, o que essa mãe não sabia, era que um de seus filhos, o Luiz Inácio da Silva era um iluminado, um predestinado, a “estrela da esperança” e se tornaria um verdadeiro fenômeno.
Entretanto, por força das circunstâncias, Lula vivenciou a pobreza, a miséria, a fúria de adversários, conheceu as celas de uma prisão, mas a saga nordestina o espírito de brasilidade o fez superar, com dignidade as adversidades da vida. Tornou-se o arquiteto das mobilizações sindicais. Foi esse ambiente, que propiciou o contato com a massa fazendo-o transportar barreiras, estabelecer diálogos, expressar sentimentos, driblar adversários, sem jamais se sentir um derrotado. A militância o fazia sonhar, por isso insistia nos movimentos sociais e sindicais como um elo dinamizador da democracia e dos direitos dos cidadãos. Sua trajetória política não foi constituída de um momento para outro, sua luta foi incansável, árdua, entraves surgiram mas não retrocedeu, seguiu firme nos seus propósitos.
Foi um mestre na escola da vida sem ser um poliglota, seus ensinamentos eram fundamentados na luta pela democracia, contra as injustiças sociais por uma nação justa, um povo igualitário, a lição que nos dar é o exemplo de civilidade, cidadania, de respeito ao outro. Político por convicção, defendia as mobilizações sociais porque acreditava que: “o povo unido jamais será vencido.” E de onde vinham aquela força, aquele poder de mobilização? Ele acrescenta: “eu sou um homem de muita fé de muita esperança, eu ia à luta todo santo dia, eu acreditava que era possível”. Lula é homem carismático, transmite calor humano, essa sintonia com o povo foi criando laços, alicerçando sua trajetória política com transparência e ética, estimulando o processo democrático, dando vazão aos anseios populares, nem as derrotas políticas e denúncias tiraram sua sagacidade e autenticidade ao contrário; fortaleciam-no trazendo-o para mais próximo do povo.
De líder sindical à torneiro mecânico, o “ Lulinha paz e amor”, virou a figura mais cobiçada e invejada do Brasil. Pense num país onde uma minoria se julga intelectuais, de elite, ser governada por um torneiro mecânico. O essencial, é que Lula fala a língua do povo, se identifica com o povo, explicita sentimentos de forma contundente, irradia alegria, emoção, naturalidade, como agora: “Chegou nossa hora. Chegou! Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é o único país que não sediou os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Para os outros, será apenas mais uma Olimpíada. Para nós, será uma oportunidade sem igual.. Aumentará a autoestima dos brasileiros, consolidará conquistas recentes, estimulará novos avanços”.
Consciente do papel que representa, Lula fez uma revolução nos ensinando que a grandeza do ser humano está na humildade, fazendo-nos acreditar que é tempo do nascimento de um novo humanismo, fundamentado nos valores universais da democracia, da tolerância e da solidariedade. Isto nos leva evidenciar que Lula é um verdadeiro fenômeno, pela singularidade de expressar-se, pelo carisma, sua trajetória política e firmeza de propósitos baseados nos princípios éticos e morais. Pela sapiência e diplomacia em lidar com as situações mais esdrúxulas. O mais valoroso é sua autenticidade, retidão de caráter, seu exemplo de cidadania, respeito à diversidade, simplicidade ao se posicionar perante o contexto globalizado, enfatizando que devemos ser respeitados, porque somos uma nação rica, poderosa e igualitária. Também por protagonizar uma parte da história política do país, com o respeito do povo, tratar as causas sociais com benevolência, ser o catalisador dos anseios populares, estabelecer diálogo entre as fronteiras, buscar a paz e a harmonia entre os povos.
*Joseana Almeida é Jornalista
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
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