sábado, 9 de outubro de 2010

Feira: representação nanica


Feira de Santana, segundo município da Bahia, com população estimada em mais de 600 mil habitantes e um colégio eleitoral de 359314 eleitores, continua com representatividade política diminuta, foi o que comprovou as urnas domingo (3). Em período não muito distante, o município se orgulhava em ter uma representatividade maior no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa.

Qual é a reflexão, que os feirenses fazem, a partir de agora, após o resultado das urnas? Onde está o erro? No eleitor, nos candidatos, ou se é indispensável uma nova forma de fazer política local.

O município foi invadido por candidatos de agremiações diversas (DEM, PSDB, PTdoB, PCdoB, PSOL, PT,...). A avenida Getulio Vargas foi a vitrine, para expor cartazes, mini-door, faixas e materiais de campanha, uma maneira de massificar o nome do candidato. Tudo foi válido, menos a fidelidade partidária. O importante para o candidato era o resultado positivo das urnas.

Os cabos eleitorais se distendiam para atender os concorrentes que vieram de outros municípios do Estado à cata do voto. Os que se elegeram com domicilio eleitoral em outros municípios, também se dizem representantes de Feira de Santana. Será que vão lutar por mais verbas nos orçamentos da União e do Estado e reverter em benefício da população feirense ou vão repartir com os municípios que receberam votos. Eis a questão.

O resultado final foi desesperador. A tristeza, os questionamentos, tomaram conta dos eleitores e o município elegeu um representante para a Câmara Federal, o atual deputado estadual Fernando Torres (DEM) que obteve 36.947 votos (feirenses) e quatro deputados estaduais. A surpresa dessa eleição foi o radialista Carlos Geilson (PTN), que obteve em Feira de Santana 32.192 votos, surpreendendo o deputado estadual Zé Neto do PT que das urnas feirenses logrou 31.802 votos, Graça Pimenta (PR), 28.720 votos, o pastor José de Arimatéia (PRB) recebeu 7.529 votos dos feirenses em especial de sua comunidade evangélica a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). O deputado Zé Neto teve o apoio do governo estadual e Graça Pimenta, de seu marido e prefeito municipal Tarcísio Pimenta (DEM).

Não foi surpresa a votação expressiva do candidato do DEM, ao senado, o ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho. As urnas lhe consagraram com 214599 votos, que corresponde a 83,21% dos votos válidos. A abstenção foi grande, 60323 eleitores deixaram de comparecer as urnas, isto é 16,79%. O colégio eleitoral do município de Feira de Santana é de 359314 eleitores.

Um município sem representação forte no Congresso Nacional e no governo Estadual, traz sérias dificuldades para o gestor municipal. Os projetos em beneficio do município, que tramitarem nas casas legislativas para aprovação, vai depender de favor de outros parlamentares e na maioria das vezes de quem não recebeu sequer um voto do feirense. Que o resultado das urnas da eleição de 2010 sirva de reflexão para os candidatos veteranos e os novos que desejam abraçar a vida pública.

(Itamar Ribeiro)

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