Fotos: Zezé Esteves
Desorganização. Esta é a palavra que define muito bem o desfile cívico do 7 de setembro realizado hoje pela manhã na Av. Presidente Dutra, em Feira.
Nos anos das grandes fanfarras e acrobacias ensaiadas há meses pelas “balizas”, ainda na Av.Getúlio Vargas, os desfiles encantavam aqueles que saiam cedo das suas casas para celebrar o grande dia da Independência do Brasil. Hoje com cordas de isolamento ignoradas, mesmo com o auxílio de poucos policiais militares para conter a população que avançava desordenadamente ao espaço que sobrou para os poucos pelotões, o espetáculo antes fascinante, agora é feio, vergonhoso.
Famílias com crianças ao colo driblavam bêbados montados em lindos cavalos, marginais, pontos de brigas. Celulares são roubados num calor abafado e no vacilo do empurra-empurra. No serviço de som instalado no circuito, o locutor anunciava inclusive crianças desaparecidas. O Terminal Rodoviário se transformou em camarote enquanto os ônibus passavam perigosamente a poucos metros do povo.
Políticos saudavam o povo de longe e ao chefe do Executivo de perto. No palanque oficial candidatos a deputados disputavam o espaço. Palhaços, carrinhos de picolé, algodão doce e enormes bolas desfilavam pelo meio dos pelotões num vai e vem desordenado. O suor já derretia a maquiagem das meninas frente a única fanfarra vista. E no pensamento daquele povo uma interrogação: "Cadê as tradicionais fanfarras das escolas estaduais de Feira de Santana, como a do Gastão, do Colégio Estadual e do Assis?"
O "Grito dos Excluídos" já em sua 16ª edição e como sempre em anos de eleição com um número maior de participantes. Movimentos sindicais, MST e outros - como raros jornalistas - lá estavam encerrando o desfile. O povo volta para casa frustrado pelo espetáculo que ele mesmo contribuira para enfeiar. A polícia volta com a sensação que poderia ter feito algo mais. E uma mãe encontra sua filha que havia perdido na multidão graças ao serviço de som. Este sim, funcionou!
Um comentário:
Ah, muito deixei de ir às ruas! Esta insegurança, bagunça e desorganização enfraquece o verdadeiro sabor de amor à sua cidade natal! Bela percepção! Grande abraço,
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