domingo, 6 de junho de 2010

O Jornalismo na era da tecnologia

Por Joseana Almeida*

O artigo do jornalista Carlos Alberto Di Franco “A crise do jornalismo”, serve de reflexão, para trazermos à tona, a performance do jornalismo na era da tecnologia. Imagine, você ficar sabendo de tudo o que está acontecendo em seu estado, país, e no mundo, de forma instantânea. Neste cenário, a Internet é o aparato tecnológico que caracteriza rapidez na informação, e pertinentemente impulsiona uma nova forma de se fazer jornalismo.

Simultaneamente, a Internet conhecida como “terra de ninguém”, numa verdadeira ebulição, dinamiza o ambiente virtual, além de dominar cotidianamente o fluxo da informação, produzindo uma significativa mudança no processo de distribuição e veiculação da notícia. O curioso é que neste ambiente, a informação é produzida e valorizada mesmo sem a apuração dos fatos, e estes reproduzidos a partir do mesmo enfoque. Lembram-se da figura do repórter? Aquele, que apura os fatos, checa a veracidade das informações e busca o confronto das fontes se torna inexistente. Mais surpreendente ainda é a carência de um toque humano sinalizando: porque, aconteceu, hoje, aqui, agora.

Nesse aparato tecnológico, gêneros jornalísticos como a notícia, e a reportagem, vão perdendo a “essência”, dando consistência a informações distorcidas que não correspondem à realidade, numa verdadeira inversão de valores. À medida que a tecnologia estabelece interatividade, mobilidade, inovação e facilidade na produção e distribuição das notícias, o suporte digital é recheado de um emaranhado de informações onde autores anônimos não se preocupam em checar a veracidade e a origem do fato. Nesse vislumbre, o princípio de credibilidade fica em suspense nos restando apenas o produto mercadológico sem a devida apuração. Mas o que menos importa nesse cenário é a essência dos fatos, é a qualidade da informação no sentido de difundir conhecimentos, disseminar cultura, iluminar as consciências para distinguir o bem do mal, a verdade da mentira.

Por conta do desempenho das novas tecnologias vivencia-se uma revolução no modelo de produção, distribuição e consumo da notícia. A propósito, a informação está passando por um processo de metamorfose, evidenciado pela mutação do seu conceito. Ela deixa de significar representação simbólica dos fatos para se apresentar como produto híbrido que associa ora publicidade, ora entretenimento, ora persuasão, ora consumo. A bem da verdade, a informação tornou-se um produto atrelado às regras do mercado, aquele que barganhar com dinamicidade e dispuser de meios para passá-la adiante será produtor nesse novo sistema. O certo é que, na sincronia das novas tecnologias da informação, o jornal impresso perde referencial torna-se obsoleto, e, sem atrativos, vai perdendo leitores que obviamente estão migrando compulsivamente para as novas tecnologias já que disponibilizam instantaneidade interatividade e entretenimento.

Em síntese, a Internet é uma ferramenta sem fronteiras, mas é a “carta de alforria” de uma sociedade inserida em novos paradigmas, rotulada pelo consumo, ávida por novidades, com traços típico do tudo fácil submerso na sua mente. Em contrapartida, não refletem nem questionam sobre a relevância do conteúdo que está sendo veiculado, e é nesse contexto que se pode criar e gerar conteúdo, transformando a informação em trampolim das mais variadas intenções.


*Joseana Almeida é Jornalista

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